terça-feira, 22 de setembro de 2015

FRANCISCO DE ASSIS UM JOVEM PARA OS NOSSOS DIAS





Seria ousado afirmar que o filho de Pietro Bernardone e Pica não fosse flor que se cheirasse. Era bom. Bom como tantos rapazes de agora que fazem das suas, mas no fundo, toda a cidade reconhece que são meninos de boa índole. Não maltrataria um pobre ou um aleijado. Não era capaz de se aproveitar de uma criatura inocente. Mas não era também o rapaz com quem os pais podiam imaginar suas filhas passeando pelos bosques de Assis...

Nem boêmio, nem piedoso rapaz de igreja, nem demônio, nem um sem-vergonha, nem santo. Um menino bom que tinha dinheiro para gastar e gastava com exagero e sem apego algum, já que não era fruto de seu próprio trabalho; um rapaz que embora não fosse bonito sabia ser simpático e líder, a ponto de não ser um partido desprezível para as dondocas da alta ou média burguesia. Não tinha títulos, mas tinha dinheiro; e bastante! Naquele tempo também isso contava!...

Estamos portanto diante de um rapaz comum que não fazia prever o homem incomum de anos mais tarde. Quem dissesse, naqueles dias, que o filho do comerciante Pietro Bernardone iria revolucionar a Igreja e tornar a pobreza um dos bens mais admirados e apreciados pelos cristãos de todos os tempos, teria contado uma gostosíssima piada. E Francisco talvez fosse  um dos primeiros a rir da idéia. Não era um medíocre, mas estava longe de ser um revolucionário.

Francisco começou a se renovar quando redescobriu o antigo e o eterno em Jesus.

Mas, se bastasse a descoberta, seu mundo ainda seria o de magia e não o de um profundo mergulho no SER de Deus. Não foram fatos isolados mas a tecitura de todos eles que geraram o santo da humildade, da penitência e da pobreza. Sua revoluçao sofreu diversas etapas. Primeiro o questionamento, depois as hesitações,  depois ainda a convicção de que Deus queria alguma coisa dele; aos poucos os encontros marcantes de sua vida: o conflito com o pai, o encontro com o hanseniano, o acontecimento em São Damião e sucessivamente aquela misteriosa força que o atraía para uma opção radical de vida e ao mesmo tempo o assustava. Não foi fruto de um "clic" o que sucedeu a Francisco, como também não foi um cair do cavalo (se é que havia cavalo), que converteu Paulo. O processo vinha de longe e a conversão foi preparada pelo constante interrogar-se.


Nesse sentido é possível encontrar os NOVOS FRANCISCOS  e as CLARAS DE ASSIS... Onde estão? Alguns em movimentos de Igreja.  Outros em seminários e conventos. Outros namorando. Outros fora de qualquer esquema, mas preocupados em procurar JESUS CRISTO em tudo e em todos. Não trazem, na testa nem no corpo, o sinal de que os angustia o desejo de ver o homem renovado. Mas basta conversar com eles para descobrir porque se vestem, agem, pensam e falam da maneira como se manifestam. Não estão vestindo estopa, nem sua roupa é necessariamente a que Francisco e Clara vestiram. Mas nos jeans ouj roupas nada elegantes que usam, no seu jeito sem cerimônia de ser, retratam um desapego que pode ser modismo em alguns, mas não deles. A roupa que vestem reflete o que pensam. O que falam sobre o sofrimento, os pobres , a vida, as injustiças ou o ódio, reflete o que sentem. São santos à sua maneira e pouca gente o percebe porque não parecem santos... Mas dentro deles pulsa um amor incrível pela pessoa humana, pelos que erram, pelas prostitutas, pelos indefinidos, pelos marginalizados, pela NATUREZA, pelos animais e por tudo o que os cerca. Machucam-se porque não conseguem machucar os outros, mas nem pensam em revidar....

VOCÊ CONHECE ALGUM FRANCISCO DE HOJE OU ALGUMA CLARA ?


Um abraço fraterno. Paz e  Bem.

José Filho





FONTE:      Pe. Zezinho
                 " O Direito de Ser Jovem"

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